domingo, 12 de outubro de 2014

Dualidade

Vivo nesta imensa dualidade
Dualidade de forças a se chocar
De um lado as trevas do ódio interno
Do outro a luz do amor voraz.

Num gigante deserto de multidões
Uma flor solitária a desabrochar
Trazendo consigo a esperança
Que um mundo de paz há de chegar

A ignorância do povo a aplaudir
Hipócritas asquerosos a repetir
Repetir sermões de amor ao próximo
Ao próximo na qual há de iludir
Sobre a vida, a morte e o que vir

Uma estrela que se apaga
A cada garfada de escravidão
Nas entranhas do corpo em que amarga
A presença de cadáveres em putrefação

Num mundo que ouro se torna vida
A vida da besta se expõe então
Levando a todos para uma saída
Uma saída de frente pra escuridão.

Nesse mundo para mim não há lugar.
Tudo o que resta é me calar
Pois se tudo o que penso eu falar
Solitário serei eu a enfrentar
A humanidade que há de me caçar.

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